sexta-feira, 21 de março de 2008

A Crise financeira, o Crash e os Baby Boomers

A origem da crise financeira está no Sector Imobiliário mais concretamente na geração nascida no pós – II Guerra Mundial, triplicou a média de nascimentos tendencial. Alguns números para ilustrar a sua dimensão: Citação: «There is much debate that the 76 million American children born between 1945 and 1964 represent a cohort that is significant on account of its size. As of 2007, the term baby boomer is generally applied to anyone between the ages of 44 and 62. Boomers comprise nearly 20% of the adult US population. In 2004, the UK baby boomers held 80% of the UK's wealth and bought 80% of all top of the range cars, 80% of cruises and 50% of skincare products». in Wikipedia. Esta geração acumulou um enorme poder de compra. Muitos tinham 2 casas, alguns 3 ou mesmo mais. O início do boom imobiliário na Florida e Califórnia (mas não só) deveu-se a eles. Depois, como sempre, vieram os especuladores, que o ampliaram exponencialmente. Em 2004 os primeiros Baby Boomers tinham 59 anos. A sua intenção para a reforma era reduzir os seus locais de habitação, e ir viver para aquela casa onde se sentiam melhor. Vender as outras e investir em planos que aumentassem as suas reformas e cuidados de saúde, ou em direitos em sítios de 3ª idade, mas também em lazer, sendo os Cruzeiros e o Golf duas das preferências mais referidas. Muitos aspiravam a conhecer, sem pressas, os sítios onde os seus pais tinham combatido, na Europa, e de que tanto tinham ouvido falar. Em 2005, os primeiros Baby Boomers reformaram-se e passaram de compradores de casas a vendedores de casas. Despoletaram a crise no Imobiliário Residencial. E como só estamos nos primeiros 2 anos de um período que durou quase 20, o Sector Imobiliário Residencial terá de se reajustar a esta nova realidade, antes de recuperar. Quanto ao Sector Financeiro, que não terá percebido este cenário,vou só lembrar as crises históricas dos Mercados de Capitais, datas e quedas que se lhes seguiram. Todas estão associadas a duplos topos, com os internos do Mercado simultaneamente a deteriorar-se. O Indicador de 2” negativo, com mais de 40 mínimos de 52 semanas no NYSE em dias sucessivos a ocorrerem, mais volume a cair que a subir, etc. Os duplos topos são raros e só ocorreram 6 vezes em 80 anos, segundo Jonh P. Hussman: Outubro de 1929 (-86,2%) Maio de 1946 (-28,8%) Fevereiro de 1969 (-36,1%) Janeiro de 1973 (-48,2%) Setembro de 1987 (-33,5%) Abril de 1998 (seguido de uma correcção de 18% até Outubro) A subsequente recuperação levou à bolha do milénio a seguir à qual os mercados perderam quase metade do seu valor. O que é comum a essas 6 crises foi o aumento rápido dos spreads das taxas de juro, a partir de valores muito baixos. Actualmente isso está a acontecer, com um voo picado em direcção aos TB – daí a taxa dos 10 anos estar em 4,7%. As Subprime contagiaram os Empréstimos Hipotecários normais e a emissão de obrigações pelos Private Equity e outras Instituições credíveis, que até aqui não tinham dificuldade em colocar as suas operações. É todo o sistema de funding que está em crise. Perante tudo isto, vem aí um crash? Claro que não mas parece não haver dúvida que o sentimento de mercado inverteu e estamos a iniciar o chamado Bear market. Estamos agora numa economia global que acrescenta centenas de milhões de novos consumidores todos os anos. Eles vão absorver a crise financeira – e financiar, nos próximos meses, mais do que os milhões que as private equity precisam para ir às compras já planeadas. A Economia Mundial está a crescer 5% ao ano, tal como nos anos 60. Mas, nos anos 60 o crescimento dito Mundial era, praticamente, EEUU + Europa Ocidental + Japão. A Europa de Leste não crescia, a Rússia estagnava e a China de Mao teve anos de crescimento negativo. Agora temos mais 1.500 milhões de novos consumidores e a contar… Até a África está a crescer mais de 6%. Parece que Angola anda pelos 30% (corrigido para metade por MozHawk) Isto é tão grande que torna o problema financeiro americano controlável em meses. Por isso defendo que não devemos comparar esta crise com as crises históricas que referi acima. Estamos num ciclo de expansão no qual participam, pela primeira vez, quase todos os países do Mundo. Durante esta expansão teremos recessões, como mandam as leis económicas, mas estas leis terão de adaptar-se à globalização do Sec XXI – não podem aplicar-se a um Mercado que acrescentou 70 % de players àquele que as viu nascer.
Melhores dias virão mas há muito tempo que os gráficos são claros e que os ursos dominam. . Há muito tempo que se percebeu o final do anterior "Bull Market".

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